Fotografia
de © carlos alberto
Ia a subir quando reparei em ti. Estavas debruçada num
tanque daqueles de cimento a lavar a tua roupa. Sorriste-me com uma alegria
contagiante que me encantou. Parei para falar contigo e ouvir os teus sonhos.
Eram os meus. Convenci-te a mudares de vida: tinhas talento para isso.
Deixaste tudo para subires comigo. E subimos os dois, até ao
ponto mais alto. Como eu era feliz, meu Deus por estar tão perto da perfeição.
Um dia, comecei a descer e reparei que tu não querias.
Querias muito mais e eu deixei de poder dar-te. Fingiste-te distraída e quando
escorreguei nem olhaste para baixo. Já ias a subir de novo, indiferente à minha
queda.
Vi-te partir, deixando-me na curva descendente, sempre
descendente, enquanto tu, triunfante, subias, subias.
CA
Assim é o amor, dois caminhando juntos na mesma direção, mas quando um não consegue mais acompanhar o outro, é hora de seguir só até encontrar alguém que novamente nos acompanhe. Adorei, um abraço.
ResponderEliminarInteressante ponto de vista, Nádia
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