Escondo-me
da vergonha do que sou, da imagem do que deixo, da frustração despida deste meu
corpo inerte e frio sem atributos de que me possa vangloriar.
Ninguém
repara em mim, aqui prostrado sobre este plinto, sem glória e em memória: uma insignificante
estátua que pensa que pensa e não pensa nada.
Espreita,
enfim, um raio que desponta ali de longe; observa-me de soslaio como quem se ri
de minha triste figura. Apareço.
Escondo-me,
tenho frio, estou gelado e com medo que me derrubem e vandalizem mais ainda.Fotografia de © carlos alberto
CA